terça-feira, 10 de maio de 2011

JOÃO E MARIA: ESSA HISTÓRIA, PODERIA TER FINAL FELIZ.



DROGAS: REFLEXÕES A PARTIR DE DUAS HISTÓRIAS

José Antônio Zago
Psicólogo do Instituto Bairral de Psiquiatria – Itapira – SP.
Mestre em Educação pela Universidade Metodista de Piracicaba.




As Histórias:
1.1. João e Maria: conto que não é de fada
João tem 25 anos. Boa aparência. Filho de pais abastados. Aos 12 anos já era o centro das atenções em sua pequena cidade quando fazia arriscadas "acobracias" com sua moto. Aos 15 os pais presentearam-lhe com um belo carro. Aos 23 já havia sofrido vários acidentes. Nenhum fatal, mas confidenciou sobre os sinais de mutilação em uma das pernas. Submeteu-se a várias cirurgias ortopédicas. Discreta dificuldade para deambular.
Deixou de ir à escola no decorrer do ensino médio. Houve pressão dos pais e dos irmãos para que não abandonasse a escola, contudo, prevaleceu, como sempre, a vontade de João. Criado sem limites, seus desejos eram leis. O pai deu-lhe várias oportunidades. Queria que o filho fosse também um empresário de respeito. Mas, tudo virava pó nas mãos de João.
João está dependente de cocaína há oito anos. Já tentou recuperar-se em clínicas, porém nunca admitiu esperar o término de qualquer tratamento. A rigor, aceitava ir às clínicas mais por causa do carro do ano prometido pelos pais, caso permanecesse até o final do tratamento e deixasse a droga. Terminava nenhum. Sempre convencia aos pais e, além disso, ganhava o carro.


Maria tem 13 anos. Seus traços são delicados, bonitos. Apesar de emagrecida, sua beleza permanece. Tem aproximadamente um metro e sessenta de altura. Cigarro entre o indicador e o médio da mão esquerda. Quando conversa, dá impressão de pessoa amadurecida antes do tempo, no sentido de saber demais do mundo, ou melhor, do submundo. Sua fala destoa de seu rosto adolescente. Em determinados momentos de sua fala, chora... Um choro sofrido, um choro convulso. Aí, lembra um bebê abandonado.
Maria está dependente de crack há dois anos. Aos nove já fumava maconha e até conhecer o crack cheirou cola e aspirou cocaína. Abandonou a escola. Dorme durante o dia, e à noite vagueia como pedinte e furta pela cidade. Vive assim nos cantos, nos becos dos esquecidos, nos domínios dos escravizados...
Maria não é adolescente abandonada. Tem pais. Estão separados. Mora com a mãe que trabalha fora. Fica das seis da manhã às oito da noite no trabalho e no trânsito. Precisa ganhar a vida. Precisa alimentar a si e a filha. Mas, Maria pouco liga para o alimento material. O uso diário de crack tirou-lhe a fome. A mãe, de ausência compulsória, não lhe pode fornecer o alimento afetivo. O pouco que oferece, Maria rejeita. Não sabe como acudir a filha, pois não pode perder seu ganha-pão. Sente-se assim miserável, existencialmente falida. E sofre por isso. Culpa-se por sua ausência forçada.
Tem procurado ajuda para a filha, mas o fruto de seu trabalho mal dá para o sustento. E, entre angústias e anseios, elas vivem, ou sobrevivem.



 http://www.psicologia.org.br/internacional/pscl27.htm 


ATIVIDADE A SER TRABALHADA A PARTIR DO TEXTO.
Leitura reflexiva do texto;
Abordar os malefícios das drogas
A importância dos pais a partir da educação familiar;
Conscientizar a ter limites, mostrando que isso não é castigar e sim alertar a respeito dos caminhos ruins que podemos tomar na vida;
Utilizar um video documentário, com depoimentos de drogados, com intuito de chamar atenção dos alunos sobre como as drogas destroem vidas.

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